tire o seu sorriso do caminho

isso mesmo, meu amor, vá embora !
vá pra longe, e se me ama como diz que ama, não volta...
assim, saberá que estou bem.
posso sentir saudades, mas saudade dói menos do que você...
de saudade eu não choro mais.
chorava quando havia dor. agora a dor virou só um
vazio, cheio de fumaça...
um vazio de tudo que eu perdi de mim, que eu perdi que não existiu, um vazio do que me importava e do que me doia.
eu já tinha decidido que não mais me machucaria, mas o meu ego quer provar pra você que eu sou tudo que você precisa.
e aí entra o seu ego e diz que você só precisa do seu umbigo fofo e juntos, vocês vão conquistar o mundo...
as vezes tenho vergonha de te amar mesmo sem acreditar que é amor.
mas se eu me importava tanto com você, se eu gostava tanto de te ver dormindo, se quando eu pensava em alguem eu pensava em você... não sei o que mais poderia ser.
eu queria uma vacina contra você...
queria resistir a tuas frases feitas e não precisar das tuas noites perfeitas...
pra mim você tem que ser visto como uma pessoa que não existiu... eu criei as coisas boas e você só aparecia de verdade nas partes ruins... o resto era um dublê. ou um personagem que você inventou.
uma fogueira enorme, que me puxa e me queima...
que se engana e se esconde.
que diz que ama quando na verdade não sabe amar.
quer ter tudo sem dar nada.

isso tudo sempre foi pra você vira-lata. a partir de agora é pra mim.
o passado não condena, só talvez não viva mais...

e talvez um dia nós nos encontremos...
e talvez possamos conversar e não apenas falar...

Eu não alimento nada duvidoso
Eu não dou de comer a cachorro raivoso
Eu não morro de raiva
Eu não mordo no nervo dormente
Eu posso até não achar o seu coração
E talvez esquecer o porquê da missão
Que me faz nessa hora aqui presente
Eu não alimento nenhuma ilusão
Eu não sou como o meu semelhante
Eu não quero entender
Não preciso entender sua mente
Sou somente uma alma em tentação
Em rota de colisão
Deslocada, estranha e aqui presente

ATO II CENA II

Jardim de Capuleto. Entra Romeu.

ROMEU — Só ri das cicatrizes quem ferida nunca sofreu no corpo. (Julieta aparece na janela.) Mas silêncio! Que luz se escoa agora da janela? Será Julieta o sol daquele oriente? Surge, formoso sol, e mata a lua cheia de inveja, que se mostra pálida e doente de tristeza, por ter visto que, como serva, és mais formosa que ela. Deixa, pois, de servi-la; ela é invejosa. Somente os tolos usam sua túnica de vestal, verde e doente; joga-a fora. Eis minha dama. Oh, sim! é o meu amor. Se ela soubesse disso! Ela fala; contudo, não diz nada. Que importa? Com o olhar está falando. Vou responder-lhe. Não; sou muito ousado; não se dirige a mim: duas estrelas do céu, as mais formosas, tendo tido qualquer ocupação, aos olhos dela pediram que brilhassem nas esferas, até que elas voltassem. Que se dera se ficassem lá no alto os olhos dela, e na sua cabeça os dois luzeiros? Suas faces nitentes deixariam corridas as estrelas, como o dia faz com a luz das candeias, e seus olhos tamanha luz no céu espalhariam, que os pássaros, despertos, cantariam. Vede como ela apoia o rosto à mão. Ah! se eu fosse uma luva dessa mão, para poder tocar naquela face!
JULIETA — Ai de mim!
ROMEU — Oh, falou! Fala de novo, anjo brilhante, porque és tão glorioso para esta noite, sobre a minha fronte, como o emissário alado das alturas ser poderia para os olhos brancos e revirados dos mortais atônitos, que, para vê-lo, se reviram, quando montado passa nas ociosas nuvens e veleja no seio do ar sereno.
JULIETA — Romeu, Romeu! Ah! por que és tu Romeu? Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.
ROMEU (à parte) — Continuo ouvindo-a mais um pouco, ou lhe respondo?
JULIETA — Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título. Romeu, risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.
ROMEU — Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado. De agora em diante não serei Romeu.
JULIETA — Quem és tu que, encoberto pela noite, entras em meu segredo?
ROMEU — Por um nome não sei como dizer-te quem eu seja. Meu nome, cara santa, me é odioso, por ser teu inimigo; se o tivesse diante de mim, escrito, o rasgaria.
JULIETA — Minhas orelhas ainda não beberam cem palavras sequer de tua boca, mas reconheço o tom. Não és Romeu, um dos Montecchios?
ROMEU — Não, bela menina; nem um nem outro, se isso te desgosta.
JULIETA — Dize-me como entraste e porque vieste. Muito alto é o muro do jardim, difícil de escalar, sendo o ponto a própria morte – se quem és atendermos – caso fosses encontrado por um dos meus parentes.
ROMEU — Do amor as lestes asas me fizeram transvoar o muro, pois barreira alguma conseguirá deter do amor o curso, tentando o amor tudo o que o amor realiza. Teus parentes, assim, não poderiam desviar-me do propósito.
JULIETA — No caso de seres visto, poderão matar-te.
ROMEU — Ai! Em teus olhos há maior perigo do que em vinte punhais de teus parentes. Olha-me com doçura, e é quanto basta para deixar-me à prova do ódio deles.
JULIETA — Por nada deste mundo desejara que fosses visto aqui.
ROMEU — A capa tenho da noite para deles ocultar-me. Basta que me ames, e eles que me vejam! Prefiro ter cerceada logo a vida pelo ódio deles, a ter morte longa, faltando o teu amor.
JULIETA — Com quem tomaste informações para até aqui chegares?
ROMEU — Com o amor, que a inquirir me deu coragem; deu-me conselhos e eu lhe emprestei olhos. Não sou piloto; mas se te encontrasses tão longe quanto a praia mais extensa que o mar longínquo banha, aventurara-me para obter tão preciosa mercancia.
JULIETA — Sabe-lo bem: a máscara da noite me cobre agora o rosto; do contrário, um rubor virginal me pintaria, de pronto, as faces, pelo que me ouviste dizer neste momento. Desejara – oh! minto! – retratar-me do que disse. Mas fora! fora com as formalidades! Amas-me? Sei que vais dizer-me "sim", e creio no que dizes. Se o jurares, porém, talvez te mostres inconstante, pois dos perjúrios dos amantes, dizem, Jove sorri. Ó meu gentil Romeu! Se amas, proclama-o com sinceridade; ou se pensas, acaso, que foi fácil minha conquista, vou tornar-me ríspida, franzir o sobrecenho e dizer "não", porque me faças novamente a corte. Se não, por nada, nada deste mundo. Belo Montecchio, é certo: estou perdida, louca de amor; daí poder pensares que meu procedimento é assaz leviano; mas podeis crer-me, cavalheiro, que hei de mais fiel mostrar-me do que quantas têm bastante astúcia para serem cautas. Poderia ter sido mais prudente, preciso confessá-lo, se não fosse teres ouvido sem que eu percebesse, minha veraz paixão. Assim, perdoa-me, não imputando à leviandade, nunca, meu abandono pronto, descoberto tão facilmente pela noite escura.
ROMEU — Senhora, juro pela santa lua que acairela de prata as belas frondes de todas estas árvores frutíferas...
JULIETA — Não jures pela lua, essa inconstante, que seu contorno circular altera todos os meses, porque não pareça que teu amor, também, é assim mudável.
ROMEU — Por que devo jurar?
JULIETA — Não jures nada, ou jura, se o quiseres, por ti mesmo, por tua nobre pessoa, que é o objeto de minha idolatria. Assim, te creio.
ROMEU — Se o amor sincero deste coração...
JULIETA — Pára! não jures; muito embora sejas toda minha alegria, não me alegra a aliança desta noite; irrefletida foi por demais, precipitada, súbita, tal qual como o relâmpago que deixa de existir antes que dizer possamos: Ei-lo! brilhou! Boa noite, meu querido. Que o hálito do estio amadureça este botão de amor, porque ele possa numa flor transformar-se delicada, quando outra vez nos virmos. Até à vista; boa noite. Possas ter a mesma calma que neste instante se me apossa da alma.
ROMEU — Vais deixar-me sair mal satisfeito?
JULIETA — Que alegria querias esta noite?
ROMEU — Trocar contigo o voto fiel de amor.
JULIETA — Antes que mo pedisses, já to dera; mas desejara ter de dá-lo ainda.
ROMEU — Desejas retirá-lo? Com que intuito, querido amor?
JULIETA — Porque, mais generosa, de novo to ofertasse. No entretanto, não quero nada, afora o que possuo. Minha bondade é como o mar: sem fim, e tão funda quanto ele. Posso dar-te sem medida, que muito mais me sobra: ambos são infinitos. (A ama chama dentro.) Ouço bulha dentro de casa. Adeus, amor! Adeus! – Ama, vou já! – Sê fiel, doce Montecchio. Espera um momentinho; volto logo. (Retira-se da janela.)
ROMEU — Oh! que noite abençoada! Tenho medo, de um sonho, lisonjeiro em demasia para ser realidade.
(Julieta torna a aparecer em cima.)
JULIETA — Romeu querido, só três palavrinhas, e boa noite outra vez. Se esse amoroso pendor for sério e honesto, amanhã cedo me envia uma palavra pelo próprio que eu te mandar: em que lugar e quando pretendes realizar a cerimônia, que a teus pés deporei minha ventura, para seguir-te pelo mundo todo como a senhor e esposo.
AMA (dentro) — Senhorita!
JULIETA — Já vou! Já vou! – Porém se não for puro teu pensamento, peço-te...
AMA (dentro) — Menina!
JULIETA — Já vou! Neste momento! – ... que não sigas com tuas insistências e me deixes entregue à minha dor. Amanhã cedo te mandarei recado por um próprio.
ROMEU — Por minha alma...
JULIETA — Boa noite vezes mil. (Retira-se.)
ROMEU — Não, má noite, sem tua luz gentil. O amor procura o amor como o estudante que para a escola corre: num instante. Mas, ao se afastar dele, o amor parece que se transforma em colegial refece.
(Faz menção de retirar-se.)
(Julieta torna a aparecer em cima.)
JULIETA — Psiu! Romeu, psiu! Oh! quem me dera o grito do falcoeiro, porque chamar pudesse esse nobre gavião! O cativeiro tem voz rouca; não pode falar alto, senão eu forçaria a gruta de Eco, deixando ainda mais rouca do que a minha sua voz aérea, à força de cem vezes o nome repetir do meu Romeu.
ROMEU — Minha alma é que me chama pelo nome. Que doce som de prata faz a língua dos amantes à noite, tal qual música langorosa que ouvido atento escuta?
JULIETA — Romeu!
ROMEU — Minha querida?
JULIETA — A que horas, cedo, devo mandar alguém para falar-te?
ROMEU — Às nove horas.
JULIETA — Sem falta. Só parece que até lá são vinte anos. Esqueci-me do que tinha a dizer.
ROMEU — Deixa que eu fique parado aqui, até que te recordes.
JULIETA — Esquecê-lo-ia, só para que sempre ficasses ai parado, recordando-me de como adoro tua companhia.
ROMEU — E eu ficaria, para que esquecesses, deixando de lembrar-me de outra casa que não fosse esta aqui.
JULIETA — É quase dia; desejara que já tivesses ido, não mais longe, porém, do que travessa menina deixa o meigo passarinho, que das mãos ela solta – tal qual pobre prisioneiro na corda bem torcida – para logo puxá-lo novamente pelo fio de seda, tão ciumenta e amorosa é de sua liberdade.
ROMEU — Quisera ser teu passarinho.
JULIETA — O mesmo, querido, eu desejara; mas de tanto te acariciar, podia, até, matar-te. Adeus; calca-me a dor com tanto afã, que boa-noite eu diria até amanhã.
ROMEU — Que aos teus olhos o sono baixe e ao peito. Fosse eu o sono e dormisse desse jeito! Vou procurar meu pai espiritual, para um conselho lhe pedir leal. (Sai.)

addict

a sensação de vazio e os ventos fortes voltaram.
deve ser outra vez a queda...

é... deve ser.

meu espelho avisou: 'é um teste... não faça isso.'

mas eu não acreditei.
acreditei que estava curada. mas não... só estou em tratamento.

a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. me disseram.
disseram também que não existe droga muito forte, isso depende da dosagem.

e eu preciso de doses maiores...
de remédio.
cansei dessa droga. que não cansa de correr nas minhas veias.
e me acha...
e eu cedo...

cedo pelo gosto... pelo cheiro. pelo toque. pelo som. pelo acelerar do coração.
cedo pela diferença.
e por achar que estou curada. que seria só uma dose.
e é a confusão que esse vício me causa que me atormenta.
escolher a overdose... saber dos riscos e pedir mais.
as doses já não me satisfazem, mas me entorpecem o suficiente pra eu evitar os remédios.
me faz jogar um vidro inteiro fora.
e guardar os outros em lugares altos, pra só usar em caso de abstinência forte.
e por eu achar que estou curada, me dou ao luxo de acreditar que não terei abstinência...
...que não teremos abstinência...


eu não vou pro inferno...
eu não iria tão longe por você
mas vai ser impossível não lembrar
vou estar em tudo em que você vê...
.
nos seus livros. nos seus discos...
vou entrar na sua roupa.
e onde você menos esperar eu vou estar...
.
eu não vou pro céu também...
eu não sou tão bom assim
e mesmo quando encontrar alguém
você ainda vai ver a mim...

fiction

eu não existo.

as vezes chego a me ver de fora, sabe...

como se eu entendesse a matrix e me afastasse pra provar [pra mim?!?] que é mesmo verdade...

TUDO É UMA MENTIRA

nosso pensamento cria nossa vida. mas somos julgados pelos nossos atos e não pelos pensamentos...
então o pensamento tem q criar forma... e se materializar.

mas eu não...
eu não penso... logo não existo...

sou ficção...
sou um personagem que eu criei. e não sei mais o que fazer comigo.
e sempre faço as coisas erradas. as escolhas erradas.
ser errada é o mais certo pra mim.
mas é certo que isso está errado.

...

que dia é hoje ?!?
não me acorde, por favor...
hoje não...
amanhã... quem sabe...



'The heart is a sleeping beauty and love the only kiss it can't resist. Even if its eyes lay open wide, there is a heart that sleeps inside. And it's to there you must be hastening. For all hearts dream, they dream only of awakening.'
[tom tom - the million dollar hotel]

I´m your hell... I´m your dream...



o video pode ser visto antes ou depois de ler o próximo surto.
acho indiferente.

aliás nem tenho muito o que dizer... fase vadia e sem coração master...
tentando não envolver sentimentos com ninguém. lutando pra não sentir nada, além de um prazer sarcástico em ver minha vida, meu corpo e minha alma entregues ao acaso...

'É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado.'

eu sempre fui muito distraída. e sempre gostei de simplesmente escolher um caminho e seguir só até onde ele me cansar e aparecer outro caminho que irá me cansar e então aparecerão outros caminhos...

não sei mais ser libriana... sonhar com todo amor que houver nessa vida...
fui infectada por aquário... vênus em aquário...

quero calmaria sem sair do vendaval...
quero simplesmente não sentir.
sabe...


ηãσ qυєяσ мє∂ιя α αℓтυяα ∂σ тσмвσ...
ηєм ραѕѕαя αgσѕтσ єѕρєяαη∂σ ѕєтємвяσ.
ѕє вєм мє ℓємвяσ
σ мєℓнσя ƒυтυяσ єѕтє нσנє єѕ¢υяσ
σ мαισя ∂єѕєנσ ∂α вσ¢α é σ вєιנσ
єυ ηãσ qυєяσ тєя σ тєנσ єѕ¢σяяєη∂σ ∂αѕ мãσѕ
qυєяσ α gυαηαвαяα
qυєяσ σ яισ ηιℓσ
qυєяσ тυ∂σ тєя, єѕтяєℓα, ƒℓσя, єѕтιℓσ
тυα ℓíηgυα єм мєυ мαмιℓσ ágυα є ѕαℓ
ηα∂α тєηнσ νєz єм qυαη∂σ тυ∂σ
тυ∂σ qυєяσ мαιѕ συ мєησѕ qυαηтσ
νι∂α νι∂α, ησνєѕ ƒσяα, zєяσ
qυєяσ νινєя...
qυєяσ συνιя.
qυєяσ νєя.