[мα∂є тσ ƒα∂є]

a pergunta é esta mesma, VOCÊ ME APAGARIA?
não sei mais aonde eu quero chegar e agora eu não vou a lugar nenhum, então, acho melhor parar por aqui.

acabar com meu título vira-lata.
não que eu julgue agora ter um pedigree, mas o termo VIRA-LATA é interpretado de tantas formas que penso agora querer uma paz tão SIMPLES que me poupe o trabalho de preencher questionários e divagar sobre interpretações pessoais.

infelizmente não achei o contato do LACUNA INC

Clementine: I don't know! I DON'T KNOW! I'm lost!
I'm scared! I feel like I'm disappearing!
MY SKIN COMING OFF! I'M GETTING OLD!
Nothing makes any sense to me! NOTHING
MAKES ANY SENSE!

eu não vou conseguir ficar sem um espaço... e provavelmente, logo estarei montando novos perfis. novas histórias. só não sei onde...
me deixa triste deixar pra trás mais de um ano de histórias minhas, inventadas, recontadas, roubadas... mas vai ser melhor assim. se eu não posso apagar algumas pessoas posso me apagar.

Joel: Look at it out here, it's all falling apart.
I'm erasing you and I'm happy!


as vezes me expor demais me deixa EXPOSTA demais e tenho que determinar um foco.
a melhor coisa a fazer é me manter concentrada nos novos objetivos, de nada adianta gastar minha munição sem alvo... e ficar reclamando que nada me inspira...

Clementine: You don't tell me things, Joel. I'm an open book. I tell you everything, every damn, embarrassing thing.

eu não vou deletar nada disso, só não vou mais dar as caras por aqui.
espero ter criado algo com algum tipo de utilidade... espero que os amigos que aqui criei entendam o fim desse ciclo.
preciso de espaço. novos ares. novas idéias. NOVO FOCO.
vou guardar tudo isso com muito carinho... muito mesmo.

Joel: Mierzwiak! Please let me keep this memory.
just this one.


Abençoados os que esquecem, porque aproveitam até mesmo seus equivocos.
Nietzche

IRRÉVERSIBLE

já tive este sonho antes. mas não acreditava em sonhos premonitórios...
sonhei com um corredor escuro, estreito, e eu corria pra ver o que tinha do outro lado.
mesmo com todos me dizendo pra não ir, que não valeria a pena, mesmo todos me segurando, eu corria.
sentia as vertigens de quem corre exaustivamente, mas não conseguia parar, queria saber o que tinha do outro lado.
ouvia vozes, risadas, gritos, mas não conseguia ver ninguem. e nunca chegava ao fim...
mas sempre que eu acordava ele estava do meu lado. o sonho parecia tão distante que eu não levava a sério.
e ele sempre fazia de tudo pra eu não ver o caminho como um corredor. mas ainda assim era estreito, e eu sempre sufocava.
ele era a paz que meu coração pedia, mesmo quando as paredes se fechavam, deitar no peito dele e ouvir seu coração era suficiente pra eu sentir parar o mundo...
mas o mundo não parava e por mais que eu evitasse toda noite era o mesmo sonho. o mesmo corredor, com as mesmas vozes, risadas, gritos, choros.
as mesmas paredes... cada vez mais estreitas. eu cada vez mais sem ar...
até que numa noite o sonho foi diferente...
ele estava la. no corredor. me puxando e me empurrando com a mesma intensidade.
chorando e rindo com a mesma feição.
e mesmo com algo gritando dentro de mim, dizendo que eu deveria ficar com ele aonde ele estivesse, meu corpo cedeu.
fui fraca, não aguentei a claustrofobia que o corredor me causava e corri...
mas desta vez eu não queria ver o que tinha do outro lado. eu só conseguia correr.
enquanto eu corria eu ouvia a voz dele gritando meu nome. por mais que eu corresse a voz não se afastava e a cada grito eu sangrava...
as vertigens eram cada vez maiores, mesmo assim eu não conseguia parar.
e de repente o corredor se abriu e eu vi grandes avenidas, cheia de carros que buzinavam e quase me atropelavam enquanto eu corria, mesmo sem ouvir a voz e sem ver o corredor, eu corria...
mesmo sem saber exatamente pra onde ir e do que eu corria, eu corria...
e quando meu corpo não mais aguentou eu parei e todo aquele barulho, toda aquela luz, tudo aquilo era muito mais assustador do que o corredor. e eu gritei... e acordei...
mas desta vez ele não estava do meu lado. e nem o cheiro dele eu sentia.
mas minha gata acariciou meu rosto e se deitou na minha barriga...
e quem sabe isso me ajude a voltar a dormir...

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando,
vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.
[Luis Fernando Veríssimo]